quinta-feira, 10 de julho de 2014

A Fábula do fanático

Desde sempre o excesso foi extravagante. Na arte medieval era vetado pela censura clerical que acreditava piamente que o rebuscado era demoníaco. Oposto a esses, vinham os artistas, verdadeiros pontos fora da curva que contrapunham-se ao hermetismo e à poda da criatividade. De um lado os excessivos de outros os suficientistas: maniqueísta, simples e fácil de entender quem é quem. No meio tempo, entre a briga entre as duas partes, ouve conflito; muitos sangraram para saber qual ideologia era mais válida. Na síntese de um período de mil anos em algumas linhas, é preciso, antes de tudo, ressaltar que a imagem do extremo para um ser racional, não importa o quanto dure, culmina em uma de duas conclusões: ou que uma das partes estava muito errada ou que ambas estavam. O grande motivo de uma disputa desvairada se mostrar ilógica é que, no final das contas, acaba prevalecendo a ignorância e o impulso do julgamento egoísta das partes em questão. E quando uma das duas prevalece o discurso surpreendentemente se inverte, nos dois casos. Ideologia vencida arruma desculpa e a vitoriosa reafirma a teimosia dizendo que não foi por acaso. Num resumo, o extremo só leva o nome por ser o que é e por estar aquém do plausível.
Da mesma forma que o fanatismo político levou a deposição de governos como o de Zelaya, em Honduras, e, de, forma mais violenta, o de Gaddafi, a busca pelo extremismo sempre foi a chave histórica pra se entender o porquê de tamanha apolitização das massas. Fatos sejam apontados. Há alguns anos uma mulher assassinou os pais para pagar o dízimo em sua igreja, cuja doutrina é um dos milhares de neoprotestantismos de hoje em dia. O fato ocorreu no Brasil. Jerusalém continua a receber os mísseis de longo alcance do Hamas, ameaça que cospe nos valores deturpados, ou até mal interpretados, do que realmente prega as religiões do oriente-médio. Em meio ao caos, mais de 70% da população teme e chora às rebarbas do Islã, enquanto mais de 20 dentre as vítimas são menores de 10 anos. Extremo, não é? É o efeito que gera. A neurociência já trata como doença, para que a  fé não faça as vezes de juiz e isso se perpetue. Fanatismo cria, alimenta e mata; junto às vidas perdidas ao longo da história, seja dito. A fábula segue à espera de uma moral ou que, pelo menos, a luz da razão permeie a irracionalidade dos que se cegam a qualquer que seja o pecado divino maior que o próprio que aqui cometem. Moral amoral da história? Livro Sagrado não é manual.  E, se for, que o editor tenha parcimônia (...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário